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Como a ausência paterna na infância LGBT+ pode impactar na vida adulta

Publicada em 01/09/23 às 15:33h - 103 visualizações

por AÇAÍ VIP


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 (Foto: AÇAÍ VIP)


Psicólogas pontuam que falta de afeto paterno pode ocasionar prejuízos nas relações na vida adulta, e também apontam a importância de reconhecer novas famílias





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Conceito de paternidade vem mudando ao longo dos anos e família com estruturas diferentes da cis heteronormativa estão mais emponderadas

Domingo é comemorado o Dia dos Pais e o conceito de paternidade tem se transfomado ao longo dos anos. Contudo, o que não muda é o abandono parental, que ainda continua com dados alarmantes no Brasil.

Cerca de 104 mil crianças foram registradas sem pai no país, de janeiro a julho de 2023, segundo dados da Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacional). O número é maior do que o registrado no mesmo período no ano de 2022 (100.717).

Para a comunidade LGBT+ este assunto pode retratar um tópico sensível porque, além da ausência paterna, seja física ou emocionalmente, muitos integrantes da sigla queer sofrem LGBTfobia dentro de casa devido a uma estrutura machista e LGBTfóbica que impera na sociedade, em especial a brasileira.

Para Jenifer Zveiter, psicóloga e Head de DE&I na Condurú Consultoria, não é correto dizer que a ausência paterna está relacionada diretamente à sexualidade de uma pessoa LGBTQIAP+ , porém "as relações familiares afetam intimamente todos os indivíduos em suas relações fora do contexto familiar".

Para justificar seu ponto de vista, ela traz um exemplo: "Uma filha, ao crescer em um ambiente onde o pai agride sua mãe de forma psicológica e/ou física, pode por vezes reproduzir esse comportamento ou naturalizar essa forma de relacionamento com um futuro parceiro [ou parceira]", analisa a psicóloga. "Por outro viés, a ausência do vínculo paterno ainda influencia as relações da pessoa com o sentimento de abandono e não merecimento de cuidado e afeto".

Para Barbara Meneses, psicóloga e sexóloga que atua há 20 anos no Centro de Referência LGBT+ da Prefeitura de Campinas, em São Paulo, o ponto crucial desta discussão na verdade é mais do que ausência ou presença paterna, mas sim "a qualidade das relações".

"Quando as crianças, no geral, têm uma figura de referência de qualidade, seja ela paterna, materna, de um tio, de um padrasto, de um avô, ou outra, elas vão reproduzir esse exemplo nas relações na vida adulta. Não adianta só ter um pai presente, ou uma figura paterna presente, sendo uma figura ruim, que briga, que não tem diálogo, que não tem afeto", destaca a psicóloga, que aponta também um cenário ainda mais desfavorável.

"[...] Que tem violência, que tem uma relação abusiva, uma relação tóxica. Essa presença pode ser bem pior do que a ausência. É mais importante a gente pensar na qualidade da relação com a figura paterna do que a ausência ou presença."

Ela ainda ressalta que a figura paterna não necessariamente será propriamente a do pai: "Às vezes é um padastro, um irmão mais velho, um tio ou um avô, por exemplo".

"Uma pessoa que foi criada em uma família que não tem uma figura paterna não quer dizer que vá ter relações amorosas conturbadas porque ela teve duas mães, por exemplo", explica Barbara. "O mais importante não é exatamente a figura paterna, mas é a qualidade das relações que se estabelecem com essa figura de referência e cuidado na infância".

Há muito tempo que o ideal de família padrão hétero-cisnormativa é debatido e criticado, uma vez que a estrutura de uma família pode ser múltipla, incluindo configurações diferentes como duas mães, ou dois pais, ou mãe ou pai solteiros, ou mãe ou pai trans não bináries , entre outras.

Entender estas diferenças é importante para perceber que mais do que a presença de uma figura paterna, a qualidade das figuras de proteção ao indivíduo durante a infância devem ser positivas, como salientou anteriormente Bárbara.

"O conceito de paternidade deve ser naturalizado a partir da perspectiva de que
famílias constituídas por pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ não são configurações diferentes", defende a psicóloga Zveiter.

"Esse conceito deveria ser instituído na educação básica e familiar desde a infância, pois, uma criança, filha de mães ou pais homoafetivos, por exemplo, está introduzida socialmente e sofre as consequências deste conceito de paternidade e família baseado no modelo heteronormativo."

A psicóloga e sexóloga Barbara Meneses corrobora com a colega de profissão e introduz um termo que abarca melhor o tema: figuras de afeto para a criança.

"As figuras de maternidade e paternidade se expandiram um pouco para os cuidadores de criança, para a família, para quem convive com a criança [...] Talvez a paternidade não é exatamente a do pai, mas sim da figura que cuida, que coloca limites. Uma figura que está presente, que tem afeto, uma figura que está ali nas horas de necessidade, nas horas de alegria, nas horas de conquistas."

A especialista traz ainda novos termos para a discussão: "Hoje falamos em  maternagem e paternagem, que são figuras que representam esses papéis [de mãe e pai]. A criança pode ser muito bem criada em uma família com duas mães, ou com uma mãe solo, ou com um pai solo."








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