Durante a Convenção partidária do PDT realizada na sede nacional do partido, em Brasília, que lançou nesta quarta-feira (20) a candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República, o pedetista atacou duramente as emendas do relator também conhecidas como “emendas secretas”, RP9 ou “orçamento secreto”.
“A engenharia perversa de Bolsonaro acabou destinando, 17 bilhões de reais para o usufruto sem controle dos seus apoiadores através do chamado orçamento secreto. Já começou, hoje tem operação da Polícia Federal desvendando a Codesvaf. Mas é só olhar, tirando alguma exceção, todo esse orçamento secreto é para político salafrário roubar, dispensando dinheiro do povo brasileiro”. disse Ciro Gomes durante discurso.
Sem querer, ou querendo, Ciro acertou em cheio seu correligionário Weverton Rocha (PDT) pré-candidato ao Palácio dos Leões. O senador é considerado como líder do “orçamento secreto” no Maranhão. De acordo a edição de julho da revista piauí sob o título Farra ilimitada, Weverton destinou milhões de reais do orçamento secreto em prefeituras maranhenses, que por sua vez, fraudaram/manipularam serviços de Saúde pública para receber a fortuna em recursos que deveria ser aplicada no setor.
“A mão ágil de larápio é a que moldou a famigerada PEC Kamikaze, o maior estelionato eleitoral de toda a nossa história. Essa mesma mão já havia costurado acordos com parte do Congresso e construído juntos, um bunk de obscura transações, o famigerado orçamento secreto que vai acabar no primeiro dia do meu governo”,completou Ciro.
O senador Weverton Rocha esteve em Brasília para participar da Convenção do seu partido, mas, constrangido com o forte discurso de Ciro, ficou poucos minutos do evento e preferiu sair sem muito alarde.
E MAIS…
O “orçamento secreto” foi criado em 2019 pelo governo Jair Bolsonaro com a finalidade de garantir base de apoio no Congresso Nacional, mas que nem sempre estão de acordo com os interesses públicos. Chamado de “orçamento paralelo”, “Tratoraço” ou “Bolsolão” os recursos são distribuídos sem transparência e critérios claros – no mundo político, é tido como o pagamento de um toma lá, dá cá. Têm direito ao repasse o parlamentar (deputado ou senador) que vota de acordo com os interesses do governo, mas é impossível saber, por exemplo, quem foi o deputado responsável pela indicação do repasse.