THIAGO PANTALEÃO FALA SOBRE ROMPER COM A PRESSÃO DA IGREJA E VIVER SUA VERDADE COMO ARTISTA GAY.
Em entrevista concedida por sua assessoria de imprensa, Thiago Pantaleão (27) refletiu sobre os desafios de viver sua verdade como homem gay no mercado musical, enquanto carrega marcas de uma trajetória atravessada pela religiosidade e pela luta contra estigmas.
Nascido em Paracambi (RJ), cresceu em um ambiente evangélico, onde iniciou sua relação com a música, mas também enfrentou conflitos entre sua orientação sexual e os discursos de culpa que o cercavam. “Acho que toda pessoa LGBTQIAPN+ em algum momento sente a necessidade de se podar para se encaixar. Por medo, necessidade, para manter amizades ou conseguir emprego. É um processo silencioso e autodestrutivo”, revelou.
Apesar dos avanços, ele destaca que o caminho ainda é longo: “Ainda há muito para desconstruir. Sim, hoje temos mais liberdade que nos anos 90 e 2000, mas a sociedade segue homofóbica e transfóbica. Os espaços aumentaram, mas os estereótipos continuam fortes.”
Na entrevista, ele também revisitou memórias da infância e os impactos emocionais de tentar reprimir quem era para ser aceito em espaços religiosos que não o acolhiam. “Eu diria que deu certo ter paciência com meu pai, o seu Ivan, porque tudo foi com amor… Mas não sofrer tanto por ser diferente, não orar três horas ajoelhado pedindo pra não ser gay”, relembrou.
Entre dores e afetos atravessados pela fé, Pantaleão construiu uma trajetória de resistência. “Não é fácil, é caótico, mas é muito gostoso viver da música sendo quem eu realmente sou”, pontuou.
Sua vivência também pulsa em sua arte. Do álbum Fim do Mundo (2022) ao mais recente Nova Era (2024), suas músicas abordam identidade, pertencimento e resistência, tensionando narrativas hegemônicas em um cenário onde corpos dissidentes ainda precisam lutar por espaço e legitimidade.
Fonte: Gay Blog