SUÉCIA – Várias pessoas LGBTQ+ que procuram asilo no Reino Unido estão entre as que serão transferidas para a barcaça Bibby Stockholm, em Dorset, na Suécia, um local criado para acolher imigrantes onde recentemente detentos foram retirados por conta de uma contaminação por bactéria na água do abastecimento. O Ministério do Interior do país começou a transferir os requerentes de asilo de volta para a barcaça na quinta-feira (19 de outubro).

Num comunicado, o Rainbow Migration descreveu a controversa barcaça como uma “prisão flutuante” e disse que a transferência de pessoas LGBTQ+ para o Bibby Stockholm poderia traumatizar ainda mais aqueles que fugiram de “perigose situações de risco de vida”. “Sabemos que as pessoas LGBTQI+ que procuram asilo estão particularmente em risco de sofrer danos e podem enfrentar problemas graves quando forçadas a viver em condições de sobrelotação. As pessoas não terão liberdade para circular no porto, por isso as condições na barcaça são muito semelhantes às de uma prisão”.

“Na detenção, as pessoas LGBTQI+ provavelmente sofrerão discriminação e assédio por parte de outras pessoas que podem ter opiniões LGBTQI-fóbicas. As pessoas trans e intersexuais podem correr um risco ainda maior de abuso e podem ser forçadas a esconder a sua identidade de género e/ou orientação sexual. Pedimos que este governo se comprometa a alojar pessoas LGBTQI+ em alojamentos adequados na comunidade e a protegê-los de danos enquanto procuram reconstruir as suas vidas em segurança aqui”, acrescenta.

O local foi criado numa tentativa de reduzir o custo de alojamento daqueles que aguardam o processamento dos seus pedidos de asilo no Reino Unido. Atualmente, a maioria das pessoas se hospeda em hotéis enquanto aguarda uma decisão. No entanto, o Partido Trabalhista questionou se a barcaça está realmente economizando algum dinheiro. A secretária do Interior, Yvette Cooper, afirmou que o custo da barcaça é cinco vezes maior do que os hotéis de asilo.